segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Tudo sobre perder o que não se tem

Tudo é tão frágil, raso, despedaçado. Como um louça de cristal quebrada, em pedaços tão pequenos que se perdem entre os dedos...mas que mesmo assim consegue machucar a mão da gente. O fato mais intrigante é que nunca foi inteiro...aliás começou pela quebra,pelo barulho,com ruptura. Como se pudesse inverter as ordens naturais das coisas, quis que começasse do fim. Foram diárias tentativas bem sucedidas,um "quase amor", uma "quase felicidade"...um "quase" sempre.
Foi inteiro de novo, sem nunca ter sido um dia. Eu tentei e pela primeira na vez na vida trilhei pelo caminho do meio.A mediocridade. E uma falsa estabilidade. Mas não dava. Não era eu. Eu sou desastrada demais pra carregar algo tão frágil. E ainda assim,muitas vezes quando os caquinhos tavam se juntando vinha um vento e levava os encaixes (im)perfeitos. Vivia em modo “stand by” só esperando acontecer o óbvio. A "mentira menos sincera". A traição tão desejada. Pronto. Ia acabar com tudo e nunca mais precisaria tentar encaixar nada no lugar. Nunca fui boa em quebra cabeça. Aliás, em nada que precisasse usar a cabeça. Ou então quem sabe a vida me surpreenderia e o amor, paixão enlouquecedora e desejo pelo futuro em conjunto retornaria.Com o tempo. Eu era assim antes. Eu amava assim antes. Eu podia ser eu antes. Torcia pra bater aquela vontade de dizer que amo no meio de uma briga e esquecer do universo naquele momento. Talvez isso só estivesse em coma dentro de mim... e uma hora acordaria. Nada disso aconteceu. Estou com os cacos na mão de uma coisa que nunca existiu. Não teve começo, não tem fim...só esse intervalo que eu chamo de relacionamento. Espaços alternados de brigas e reconciliações. Quem dera as reconciliações fosse melhores que as brigas. Porque será que temos tanto medo do incerto? “Nem desistir nem tentar”. Por que é tão difícil pôr um fim a uma coisa que nem você acredita que vai dar certo? Gostar de alguém às vezes dói, não gostar de alguém pode doer também...mas não gostar de você mesmo quando está com alguém é algo apavorante.Se eu tivesse motivo pra parar eu pararia. Se eu tivesse motivos pra amar, poderia ser eu de novo. E amaria. Os restos do nada se misturam com restos de esperança e sobras de mim mesma...que nunca sei como continuar, principalmente porque não se continua o que nunca começou.

4 comentários:

Mayara disse...

É quando descobrimos que não sabemos nada, nem de nós mesmos.
No mínimo confuso, como o seu relacionamento.

Anônimo disse...

MAs passa..e no final quando não somos parte de uma escolha, aprendemos a arte de nos amar e escolhemos nós mesmos!!!! Passa... beijinhos e lindo blog!!!

Darshany L. disse...

nós somos tão parecidas que às vezes tenho medo.

"Vivia em modo “stand by” só esperando acontecer o óbvio"

pára de adivinhar minha vida ;~


saudades, e me perdoa por ainda não ter escrito nada para você.

Marília disse...

Gabi...obrigada por passar no meu blog! E pelas palavras..volte sempre!
;D