quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Do que você tem medo?

Eu chorei toda nossa dor de não conseguir se amar. Eu chorei por aquela ligação que ele não fez. Eu chorei porque é difícil ser a gente mesmo. Eu chorei pelo passado, pelo presente e pelo futuro. Eu chorei por aquele cara que não conseguiu pagar a faculdade. Eu chorei por a minha mãe estar com medo e eu não poder fazer nada. Eu chorei quando ele pensou em morte.Eu chorei porque tenho medo de monstros. Eu chorei porque chorar é mais fácil que se defender. Chorar é mais fácil que agredir.
Não tenho medo de agressões, sejam elas físicas ou verbais. Não tenho medo de ser exposta ao ridículo. Não tenho medo de cair do sexto andar. Não tenho medo de andar na corda bamba embaixo de jacarés. Não tenho medo de cobras. Não tenho medo de nada que venha de fora de mim.
Tenho medo das lágrimas que não escorrem no meu rosto. Pra onde elas vão? Tenho medo dessa minha mania de esquecer as coisas ruins sempre. Tenho medo do escuro, porque nele não se dá pra olhar nos olhos. Tenho medo de esquecer que tenho covinhas no sorriso. Tenho medo de esquecer de mim, de saber que eu já me dei tanto que talvez agora eu seja vazia. Eu tenho medo de chorar até dormir com o travesseiro ensopado. Eu tenho medo pelo simples fato de saber que qualquer um pode me magoar a vontade que eu vou continuar amando.
Eu tenho medo quando sinto vontade de abraçar que me tapeou.
Eu tenho medo do amor que tenho por todo o mundo e medo do amor que to parando de me dar.
Eu tenho medo do meu coração que parece ser um poço sem fim. Eu tenho medo de mim, que sou a casa de todos os montros de que tenho medo.
Eu tenho medo de mim.

9 comentários:

Kamilla Barboza disse...

"Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Tenho medo de acender e medo de apagar
Tenho medo de esperar e medo de partir
Tenho medo de correr e medo de cair
O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como um laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar
Tenho medo de parar e medo de avançar
Tenho medo de amarrar e medo de quebrar
Tenho medo de exigir e medo de deixar
Medo que dá medo do medo que dá
O medo é uma sombra que o temor não desvia
O medo é uma armadilha que pegou o amor
O medo é uma chave que apagou a vida
O medo é uma brecha que fez crescer a dor
Medo de olhar no fundo
Medo de dobrar a esquina
Medo de ficar no escuro
De passar em branco, de cruzar a linha
Medo de se achar sozinho
De perder a rédea, a pose e o prumo
Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo
Medo estampado na cara ou escondido no porão
Medo circulando nas veias ou em rota de colisão
Medo é de deus ou do demo? É ordem ou é confusão?
O medo é medonho
O medo domina
O medo é a medida da indecisão

Medo de fechar a cara, medo de encarar
Medo de calar a boca, medo de escutar
Medo de passar a perna, medo de cair
Medo de fazer de conta, medo de iludir
Medo de se arrepender
Medo de deixar por fazer
Medo de se amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez
Medo de fugir da raia na hora H
Medo de morrer na praia depois de beber o mar
Medo que dá medo do medo que dá
Medo que dá medo do medo que dá

Mazinha...
Vai essa letra do Lenine.
Porque diz muito...
E porque ilustra muito bem os nosso medos e o seu lindo post.

Um beijo, linda!

Mayara Pessoa disse...

talvez agora eu seja vazia.
.
.
.
essa frase me trouxe tantas outras à mente que eu acho que finalmente eu vou conseguir escrever.

:(
q coisa.

A silenciosa disse...

Adorei a música da Ká! Expressa bem o seu texto! Adorei... tenho medo de muitas coisas inclusive da contradição!
Beijocas, querida!

André disse...

ei, bom post Marília. bjos

Darshany L. disse...

É, nós somos mesmo muito iguais.

"Eu chorei porque chorar é mais fácil que se defender. Chorar é mais fácil que agredir."
Fato.

um beijo ;*

Leandra Postay disse...

Que lindo, Marília.
Triste, mas lindo.

Eu sofro desse mal de amar demais. De saber que nunca vou ser tão querida como quero aos outros. Porque todo sentimento que vem de mim é muito intenso.
Muito intenso.
E eu não sei o que podemos fazer sobre isso. Mas fico satisfeita por pelo menos existirem lágrimas. Elas me servem para tirar um pouco do vazio que guardo aqui dentro para, como nos disse Leminski, me encher do vazio que vai lá fora e cai macio dentro de mim.

Adoro seus textos. Te adicionei aos meus recomendados, ok?
Fique bem. ^^
Um beijo.

Anônimo disse...

Eu tenho medo de muita coisa, tenho medo de mim mesma, mas tenho mais medo ainda, das pessoas que já sofreram na vida....elas sabem que tudo passa!!!!

Anônimo disse...

Má...
É uma música o texto q vc viu no blog! coloquei o nome
Beijo!

Anônimo disse...

Oi Marylin, passei pra deixar um beijo.

:*